Começar o ano em Pratyahara

Cada pessoa honra os seus ciclos individuais, mas sem dúvida que, coletivamente, o final do ano é uma altura poderosa, que nos relembra da conexão como um Todo que somos. Há que fazer balanços, celebrar e abrir o coração ao amanhã (sim!), mas sem vestirmos a pressa de concretizar tudo o que no(s) ano(s) anterior(es) não aconteceu. Acreditamos mais numa passagem de ano que é uma travessia, não apenas mais uma noite, mais uma lista interminável de objetivos, auto-promessas e exigências de transformação.

Uma travessia que é mais sobre entrega do que ação.

Mais sobre confiar do que (es)forçar.

Mais sobre saber do que duvidar. Sim, tu sabes. O teu coração sabe!

Para uma travessia suave, que nos permita ir sintonizando com a nossa presença à medida que, naturalmente e sem forçar, o caminho perante nós se vai clareando, partilhamos um conjunto de Rituais I’M inspirados num dos 8 Ramos do Yoga: Pratyāhāra.

Pratyāhāra pode ser traduzido como recolhimento dos sentidos ou controlo sobre aquilo que nos chega externamente, e é formado por duas palavras: prati e ahāra. Ahára significa comida ou algo que colocamos ‘dentro’. Prati significa contra ou fora. Conseguem sentir a beleza destas duas palavras juntas e o convite que nos lançam?!

É praticamente impossível entrar diretamente num estado meditativo assim que nos sentamos no tapete para praticar, pois isso exigiria saltar do corpo para a mente e esquecer o que está entre os dois, o seu elo de ligação: a respiração e os sentidos. Pratyāhāra permite-nos mover entre as esferas externa e interna, para que a mente se recolha na sua morada: o coração.

Então porque não usar Pratyāhāra nos ajudar a mover entre as esferas de 2020 e 2021?!

Esta é a palavra que escolhemos para a nossa travessia!